O Índice de Percepção da Corrupção e o Brasil

Por Adriana Dantas, Marina Nicolosi e Eloísa Gomes

Nesta última terça-feira (25), a Transparência Internacional divulgou o ranking do Índice Anual de Percepção da Corrupção (“IPC”), tendo rebaixado o Brasil em duas posições, para o 96º lugar de 180 países. Com 38 dos 100 pontos possíveis, nosso país ficou abaixo: da média global (43), da média da América Latina e Caribe (41), dos BRICS (39), do G20 (54) e da OCDE (66). O IPC 2021 evidenciou que os esforços contra a corrupção estagnaram no mundo todo e que institutos democráticos e de direitos humanos estão sob ameaça em certos países. Além disso, segundo o relatório, muitos deles se utilizaram da pandemia de COVID-19 como desculpa para restringir direitos e desviar de importantes controles.

O índice é relevante pois representa uma das principais medições relacionada à corrupção no setor público, tendo como base a resposta de especialistas e pessoas de mercado aos questionários elaborados pela TI. Para o Brasil, que vem mantendo uma média entre 35 e 43 pontos, o IPC mostra que ainda há avanços a serem percorridos – especialmente nas medidas públicas práticas de combate à corrupção, tidas como estagnadas para o ano de 2021 – reverberando também os impactos da pandemia à transparência no uso dos recursos e a controles efetivos.

O desempenho do Brasil e de outros países serve para evidenciar ainda mais a relevância das estruturas de Compliance não apenas no setor privado, mas também no setor público, o que reflete no nível de confiança das instituições.